25 de dezembro de 2010

"Como homens de virtude passam sem alarde
E sussurram às suas almas que logo partirão
Alguns de seus amigos dizem, com desgosto profundo, é tarde,
O fôlego já falta, e outros dizem não:


Deixe-nos chorar, sem alarido algum...
Sem lágrimas incontidas ou suspiros de estremecer..."


                    John Donne - Uma despedida:Proibido Chorar.

Estrela

Há dias notei uma jovem estrela pela minha janela.
Linda, brilhante como nunca antes vi.
Há dias não consigo parar de admirá-la.
Obrigada Estrela, por me manter com essa paz de espírito que me encontro.
Obrigada por permanecer acordada comigo pelas madrugadas que passo sem sono ou sem pressa de dormir.
Agradeço por continuar brilhante e cheia de vida.
Por estar comigo mesmo quando a Lua prefere se esconder entre as nuvens. 
Sua companhia está sendo muito agradável.
Nesse Natal digo que 
Sentirei sua falta quando se for.
E lembrarei de ti nos momentos de escuridão.
Feliz Natal pequena Estrela. 

Adeus Vazio

Os momentos passam como em um turbilhão.
Quando quero que o tempo corra bem devagar, o que vejo é ele correndo com uma rapidez que nunca vi antes. Cada momento, cada sensação, tudo passou tão depressa. Não tive tempo de amar, ou de sofrer. Você com seus ideais insanos e eu com meu egoísmo tolo. 
Se parar para olhar pra trás, verá como cada dia foi único e especial a sua maneira, e se lamentará ao perceber que não reparou nisso quando deveria.
E você que não me entende e não percebe que não te compreendo também. Sente agora alívio ao esconder, mais uma vez, as mentiras que não quer ouvir?
Lá se vão dias seguidos de dias, noites seguidas de noites, e só o que consigo fazer é pensar no que deixei de fazer.
Minhas aspirações não correspondem a minha capacidade de conquistar. 
O que queres de mim? Espera que eu seja melhor do que um dia já fui?
Já lhe disse que não sou assim. Que por meus olhos só vejo o breu e o escuro em que não é mais tão fácil de distinguir o certo do errado.
E mais uma vez ela se foi. A menina forte, com força para mover o mundo.
Dos dramas eu já me cansei. E cansei dos problemas banais das dificuldades alheias. 
Me pergunto porque perdi tanto tempo tentando consertar os erros de outros, quando só o que estava fazendo era errar. Quando os meus erros me fizeram chegar até esse momento em que cada palavra me escapa em um piscar de olhos. Em que no momento em que deveria ter dito a coisa certa, só consegui machucar e ferir. Então quando arrisco dizer, mesmo achando que é tarde demais, me deparo com a incredulidade e a descompaixão daqueles que acreditava merecer minha confiança. 
Deixei de sentir o que deveria sentir, deixei de amar quem deveria amar. Me escondi, e a unica coisa que queria naquele momento era permanecer na escuridão.
O que acontece quando o passado se mistura com o presente? Quando você se sente tão miserável que até o aroma emanado pelas flores te enoja. O que pensar do mundo quando as melhores coisas e os melhores momentos parecem ter se perdido?
Eu pensei "Dane-se o mundo! Dane-se as pessoas também!". E o que ganhei por pensar assim? Críticas. Críticas seguidas de julgamentos. Julgamentos sem fundamento, sem o mínimo de humanidade. E nunca, em nenhum momento de minha vida, até hoje, me senti tão mal, tão inútil e incompleta. E nesse momento sofri. Sofri mais do que em qualquer outro momento, sofri em silêncio por temer mais ataques. Nesse momento, a menina forte se encolheu, se prendeu em sua bolha sem ninguém. Uma, só com ela, só dela. E quando tudo parecia a ponto de melhorar, algo mais surgia. E por mais banal que isso fosse, a garota enfraquecida pior se sentia.
Confesso com a maior sinceridade que quase desisti de lutar, de me defender. E até aqui não encontrei uma luz real, uma explicação, uma mão. Me fechei, mas voltei a me erguer. Com quem? Com ninguém. Sozinha. Como uma ermitã decidida a deixar sua caverna solitária, em direção ao mundo conturbado e louco mais uma vez. Sem esquecer dos motivos que a fizeram se refugiar. Apenas com a certeza de que é preciso sozinha encontrar seu caminho e fazer alguma coisa a respeito. E estou fazendo. E a cada dia farei mais. Por mim e pelas poucas pessoas que sofreram por não entender meu silêncio e minha solidão. Aos poucos volto a ser forte. Mais forte do que antes fui. Um novo eu, essa é a verdade.
Então obrigada malditos insanos julgadores. Obrigada por se acharem melhores, mais sofredores. Obrigada por fingirem amizades, por forjarem sentimentos. Obrigada.
E adeus vazio de longínquos tempos, que ia e vinha sem ser chamado. Adeus para sempre. porque mesmo que algo de ruim volte a acontecer. Por você eu não espero mais.



7 de dezembro de 2010

Palavras onde estão?

Queria saber onde foram parar minhas palavras. Minha voz.
Por mais que eu tente achá-las, elas simplesmente não aparecem, estão a fugir de mim como se tivessem se cansado do que sou, ou das besteiras que digo.
Estou irritada por não conseguir escrever. Uma dezena de textos surgem prontos para serem escritos, então após um piscar, as palavras já não estão mais comigo.
E há tanto a se dizer, há tanto a ser dito... Todos os meus novos anseios, que são poucos agora, mas que me corroem por dentro, ou as alegrias que tive e os momentos de nostalgia que inundaram minha mente nos dias recentes. E aqueles meus medos passados que quero tanto exprimir para arrancá-los logo do meu peito...
Onde foram minhas palavras?! Aquelas palavras que costumavam ser as certas, ou pelo menos pareciam ser as certas. Só as quero de volta, pois elas me fazem sentir menos vulnerável e mais eu. Só eu.


*(textos seguintes provavelmente virão sem certas palavras, se eu as encontrar, aviso).