27 de fevereiro de 2010

Não sei explicar como foi fácil me identificar com eles. Como as palavras e as risadas surgiram tão rapidamente, sem uma razão aparente, sem uma explicação coerente. 
Parece que nos conhecemos a anos, como se fôssemos amigos de infância, daqueles que sabem de todos os nossos maiores segredos e que jamais nos julgam pelos pequenos erros que cometemos. 
Não tenho como explicar como é o sentimento que passa por mim quando entro na sala e sou recebida com um abraço apertado e uma exclamação animada, quando me atraso por alguns minutos e recebo uma ligação preocupada dizendo "Você não vai vir?". Quando eles me chamam pelo apelido tosco que resolveram me dar por uma razão boba. Quando começamos a planejar o nosso futuro de estudantes dedicados e "vivedores da vida", morando na mesma casa e compartilhando tudo de bom. Quando falamos sobre assuntos interessantes e polêmicos, dignos dos bons juristas que vamos ser...
Tudo, tudo parece melhor depois de falar e rir com eles. Mesmo depois de uma manhã estressante ouvindo comentários inadequados e infantis, ou aulas chatas e tediosas, eu vejo a energia deles e me animo, simples assim. 
Vi que não basta só minha força de vontade individual, que mesmo fazendo algo que gostamos, precisamos ter pessoas legais e amigas para poder dividir as conquistas e desapontamentos.
Eles sabem de coisas que nunca, jamais contei e contarei para mais ninguém, e dividem comigo cada fase de suas próprias vidas, porque sabem que eu também vou entender. 
Ainda há tanto para acontecer, ainda virá o fim desse ano e do próximo, depois a faculdade e o resto, quem sabe do que será do resto? Não importa, porque, sim, eu quero um futuro brilhante, eu quero fazer a diferença na carreira que escolhi. E tudo isso, sabendo o quão importante foram as pessoas que conheci. Sejam elas as de olhos claros, as de sorrisos largos, as de abraços apertados, ou até aquelas que são mais quietinhas. Não importa, essas são as pessoas que completam a minha mente cheia de devaneios.

17 de fevereiro de 2010

...

Havia uma garota particularmente ingênua, e feliz, na medida do possível. Ela tinha acabado de entrar no colegial. Uma escola diferente, cheia de pessoas doidas, porém interessantes. Ela até que fez muitos amigos, mesmo não sendo muito sociável e extrovertida. 
Um de seus amigos era um garoto. Ao meu ver, um garoto bem comum, sem nada de interessante.
No começo ela nem mesmo gostava muito dele, mas por estarem no mesmo círculo de amigos ela o aceitava sem problemas. Mal sabia ela que ele achava o mesmo. Ao longo do ano muitas coisas aconteceram. Muitas festas, conversas, risadas. Então os dois ficaram mais próximos e passaram a se gostar de verdade, não estavam mais só "se suportando". Eles agora curtiam conversar um com o outro e tudo mais.
Mas depois, de um jeito que eu não sei explicar, ela começou a se apaixonar por ele, mesmo sabendo que ele não era a melhor pessoa para de apaixonar. Ela era teimosa, e não queria pensar em outra coisa.
 O garoto, que não era nada burro, percebeu, e mesmo gostando muito dela (como um amigo) não resistiu, e quase que imediatamente começou a provocá-la. Ele era aquele tipo de garoto que gostava de brincar com os sentimentos de garotas ingênuas, ou melhor, de qualquer garota, seja ela ingênua ou não.
Mesmo não sendo um cara mal, ele não conseguia controlar suas atitudes, suas palavras. Quando percebeu o que fizera, já era tarde demais. Ela já se apaixonara por ele e dizia que o amava...
Então ele tentou concertar o erro, porque não queria mais magoar sua amiga. No início tudo passava de um simples desejo, que logo depois se evaporou. Porque, tenho que explicar, ele gostava de outra pessoa, e naquele momento não queria ficar com ninguém além dessa pessoa.
Ele negou muito, muito e muito. Até que ela percebeu que ele não iria ficar com ela. Então ela ficou com raiva, mas não dele. E sim dela mesma por ter se permitido gostar de mais de alguém, mais uma vez.
O garoto se sentiu extremamente culpado, e fez de tudo para que ela o odiasse, porque assim ele se sentiria pior que ela. 
Talvez, em sua cabeça, isso fosse diminuir a culpa que o arrebentava. 
Mas ela insistia em não odiá-lo, na realidade, ela acabava por amá-lo mais e mais.


Eu poderia te contar o fim dessa história. Mas o fato é que eu não sei, pois só estou aqui para contar essa história sem fim, Na esperança de que você me ajude a encontrar esse fim, pois eu sou curiosa...


  

  

11 de fevereiro de 2010

Só pra dizer

Espero que estar feliz não seja uma coisa ruim, porque me sinto muito bem em dizer que me sinto feliz. Pronta para começar aquilo que irá ajudar a definir meu futuro, em busca do meu sonho e da minha carreira profissional. 
Conheço pessoas especiais e incríveis a cada lugar que eu passo, e isso não é algo que eu deva reclamar, ou fazer pouco caso. Porque o fato de eu as conhecer é um incentivo para continuar seguindo o meu destino, sem deixar de lado meus ideais e aquelas pessoas que realmente importam para mim. A parte mais gratificante disso tudo, é que sinto que estou cultivando amizades e relações que se manterão perto de mim por muito tempo. 
Essas amizades prometem, sempre, coisas demais para definir, ou sequer explicar, aquele frio na barriga que dá toda vez que eu entro naquelas salas. Vai dizer que não é pra valer?

Como em um livro infantil

Um dia, a gente aprende que há preto e branco e esquece as outras cores do arco-íris.
Aprende que há alto e o baixo e esquece que há também o médio e há quem possa voar...
Um dia agente aprende que há gordo e magro, e o curto e o comprido, e o novo e o velho e o com-brilho e o sem-brilho;
E esquece que entre as pontas há muitas outras combinações possíveis pois a vida rima com variedade e um mundo só de gente espelhada ia ser mesmo uma roubada!
Um dia agente aprende conceitos e às vezes os transforma em preconceitos, e passa a julgar, a classificar, a apontar as pessoas; passa a olhar algumas pessoas de cima, e outras, de lado; passa a não querer escutar alguns e deixa de falar com outros.
E assim como os macaquinhos que tampam os olhos, a boca e os ouvidos, a gente não vê, não ouve, não vive de verdade o mundo em volta.
Um dia agente aprende que a família é “pai + mãe + criança” e deixa de observar que há muitas, muitas outras combinações possíveis.
A gente aprende que o amor é “homem + mulher” e esquece que podem haver outras, muitas outras formas de amar e de amor.
Um dia, a gente descobre que o muno inteiro é inventado, e que o preconceito é uma jaula que prende o amor. Se a gente fanático por um time, perde a paixão pelo futebol. Se a gente acredita que só o nosso Deus é o verdadeiro, esquece que Ele tem muitas moradas.
Crescer é descobrir que há vários modos de se caminhar pelo mundo e que todos valem a pena!
Crescer é descobrir como conversar com VÁRIOS tipos de amigos.
Crescer é descobrir que as pessoas vêm em cascas de todas as cores; que um mundo só de cascas pretas, brancas ou amarelas seria muito chato; e que só juntas todas as cascas podem formar um mundo completo e colorido!
Crescer é descobrir que em cada época havia um bonito e uma bonita diferentes. Que dentes pintados de preto e perucas pintadas de branco já foram as coisas mais bonitas do mundo! E que cada povo tem seus bonitões e bonitonas.
Crescer é descobrir que em cada idade se pode ser bonito, e que a verdadeira beleza não se reflete no espelho.
Crescer é descobrir que a gente pode ser diferente. Que a gente pode ser de qualquer cor. É escolher usar brincos, ou não; é escolher ter tatuagens e piercings, ou não; é saber que somos mais do que nossa aparência.
Não precisamos ser o sonho que a mãe sonhou, ou o sonho que o pai, o avô, a professora, ou até a TV sonhou pra gente.
Podemos ser cada um o seu próprio sonho que vamos sonhando, cada dia um pouquinho e cada dia diferente.
E todo dia temos a liberdade de mudar uma coisa, grande ou pequena, em nossa história.
Crescer é aprender a respeitar a nós mesmos e aos outros, a nossa história e a histórias dos outros, os nossos sonhos e os sonhos dos outros.
Crescer é aprender a respeitar as cores, outros credos, outras necessidades, aqueles que são muito diferentes de nós, mas que, igual a nós, se não há comida, há fome, se não há aguá, sentem sede, se faz frio, tremem, se estão tristes, choram.
Crescer é aprender a compartilhar a dor do outro, é ter compaixão e tentar ajudar.
Crescer é ser um pouco como os Drummonds, que inventam mundos e assim inspiram a desenhar nosso próprio desenho, único, diferente, sem cópia carbono, profundamente Original.

                                 Diferentes (Liana Leão) Adaptado 

3 de fevereiro de 2010

Só para você

Sabe, foi tudo muito bom, em cada sentido da palavra. 
E nessa vida, nada que seja bom é realmente perdido. 
Fica fazendo parte de uma pessoa, torna-se parte de sua personalidade. 
Assim, uma parte sua me acompanhará a todo canto. 
E uma parte minha será sua, para sempre. 
Não importa a distância, a situação. 
Eu sei o que vivi e você sabe o que viveu. 
Não vou me esquecer, nunca mais. 
Posso dizer que vai estar guardado no passado, porque tudo se torna passado, mas foi um passado recente, bom e completo. 
Um momento que eu jamais me esquecerei. 
Um olhar que eu sempre me recordarei. 
Eu sei que você nunca se esquecerá daqueles poucos momentos, intensos e felizes.
Nós ainda vamos nos encontrar novamente, para reviver esse passado recente. 
Não vou te impedir de ter outras pessoas, nem garanto que eu não vá ter também. 
Mas quando nos reencontrarmos não tema em se entregar para mim. 
Em sentir o que eu sinto. 
Em enxergar o que eu enxergo.
Esperar, infelizmente é preciso. A juventude as vezes atrapalha. 
Mas definitivamente não impede de nos aventurarmos nesse grande mundo.


Só guarde esse segredo contigo: Você transformou uma parte de mim e me mostrou o que é viver. Me mudou como pessoa e soube me entender. Agora não tenho mais dúvidas de que amo você.


  

"A ausência é o vento que apaga a pequenina chama de uma vela, mas que atiça as brasas, transformando-se em esplêndida fogueira"