2 de setembro de 2010

Lição de Vida

Hoje foi um dia que me provou que é possível encontrar as melhores pessoas e aprender as mais incríveis lições em qualquer lugar, até mesmo em uma simples mesa de bar.
E sim, esse dia tinha tudo para ser um simples dia comum, com todos aqueles probleminhas básicos e aquelas chatisses de pessoas chatas. Mas felizmente não foi.


Essa história vai ser um tanto quanto longa, portanto preparem sua paciência...


Pulando para a parte que importa.
Saí mais cedo do curso que faço todos os dias a tarde devido a um enrolo que não cabe explicar aqui.
Decidimos por ir a um bar qualquer, sentar e conversar um pouco. E assim o fizemos. Eu e mais três amigas.
Papo vai, papo vem, surgem duas mulheres, por volta dos cinquenta anos, e perguntam se podem se juntar a nós. Falamos contentes: "Claro!" e elas assim o fazem. Rimos, pois eu e uma de nossas amigas já havíamos passado por algo similar em outro bar da cidade.
E ai é que esta minha história.
Elas dizem ter decidido se juntar a nós após uma discussão um tanto engraçada de que deveriam ou não se aproximar. O que por fim fizeram. Tudo porque queriam sentir alegria em dividir boas risadas com jovens adolescentes bobinhos.
Bom, sendo mais objetiva.
Elas eram um casal. Juntas a longos oito anos.
Duas de minhas amigas foram embora, enquanto eu e outra permanecemos.
Então logo elas começaram a falar de suas vidas, do preconceito que sofreram, dos problemas na família.
Sem medo ou receio algum elas dividiram conosco suas histórias. E belas histórias foram essas. Dignas do maior respeito que um ser humano pode oferecer.
Todas as suas palavras me envolveram e me deixaram no maior e mais complexo estado de reflexão. As mesmas palavras abriram meus olhos para cada momento de minha vida.
Uma delas contou ter tudo em um momento da vida, mas disse ter perdido tudo por ter sido generosa demais, por ter confiado nas pessoas erradas quando elas pareciam ser as mais certas. Me contou com muita emoção que havia sido diagnosticada com Hepatites A e B. Que antes da companheira, nunca havia tido nenhuma outra mulher, disse que antes dela até repudiava esse tipo de atitude. E foi engraçado pensar que esse tipo de coisa acaba por acontecer mais de uma vez.
A outra contou de suas paixões, da sua jovem filha que acabou por se descobrir homossexual também. Nos disse que as únicas coisas de que se arrependia era exatamente daquilo que não fez, por medo ou por simples covardia. Nos contou de seu grande amor, de suas grandes amigas.
Sabe, eu posso garantir que não sei contar como as coisas realmente se sucederam, mas sei de tudo o que aprendi, ou que confirmei após aquela conversa que durou pouco mais de uma hora.
O destino, se é que ele existe, fez um grande favor a nós.
Aprendi que o medo não é um impessilho, é apenas um teste, que tem lá suas proporções, mas que pode ser combatido se assim eu desejar.
A vida é complicada mesmo, e sempre vai existir aquela gama enorme de pessoas que te querem mal, e aquela pequena porção que te quer bem.
E que eu devo agradecer por tudo que tenho, por mais insignificante que possa parecer.
E principalmente, se gosto de alguém ou de algo, se desejo muito algo. Devo lutar, lutar sem parar contra tudo e todos que queiram me impedir. Pois a felicidade que realmente importa é a minha em conjunto com a das pessoas que amo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário