14 de março de 2010

O pedaço de papel

Quando recebi aquele pequeno pedaço de papel branco, com letras vermelhas. Um sorriso surgiu do meu rosto, uma satisfação e felicidade por sentir o quão importante eu parecia ser naquele momento para você.
 Você me dizia que aquele gesto era simples demais para demonstrar o seu amor e a sua consideração por mim, mas me fez acreditar que aquela simples atitude seria inesquecível, assim como eu era para você.
Naquele dia, dia do meu aniversário. Você conseguiu juntar pessoas que eu pensei que jamais encontraria novamente. Veio com um lindo bolo de chocolate, e realizou uma festa animada, incrível, inesquecível. Nunca, jamais tinham feito uma surpresa de aniversário para mim. Então algo em mim te amou muito mais, me fez pensar que nada, nunca terminaria. Que eu não precisaria ter esperança, pois ela nem chegaria ao ponto de existir.
Então os dias e meses se passaram. Dessa forma as coisas mudaram. Seus sentimentos, suas considerações. Como se uma forte tempestade tivesse passado e me tirado de você, do seu coração.
Inacreditavelmente eu não chorei, não derramei sequer uma lágrima. 
Minha mente se fortaleceu e passou a te ignorar. Aquele único sonho, aquele único amor verdadeiro, morreu. 
Depois você veio me procurando, me questionando. E eu disfarçava um sorriso e inventava uma desculpa. Até que você desistiu e se foi para sempre.
Ainda me pergunto se errei em algum momento, se agi como uma criança birrenta, mesmo achando que estava certa. Se poderia ter me dado ao luxo de permanecer naquele conto de fadas, naquele sonho sem fim.
Ai descubro o que fiz de mim. Uma pessoa que acaba por ferir corações inocentes sem saber como parar.
Do pedaço de papel, fiz cinzas que voaram pelo céu, levadas pelo vento, respiradas por você.
Não, eu não estou infeliz. Para te dizer a verdade, nunca estive tão feliz e tão bem comigo mesma. Você não me impediu de amar de novo. Só me mostrou que amar é um pouco mais difícil o que aparenta ser. 

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